🚨 governo lula é pior do que o governo bolsonaro
pesquisa da genial quaest divulgada hoje é um retrato bem preocupante para o governo do presidente Lula.
alguns destaques bem rápidos:
lula tem perdido Nordeste e os jovens;
o presidente tem perdido os pobres, os menos escolarizados e os católicos;
aumentou, ainda mais, o distanciamento da classe média e dos evangélicos do presidente
subiu muita a desaprovação e ela é maior do que a aprovação pela primeira vez;
pela primeira vez, há mais gente avaliando negativamente do que positivamente;
pela primeira vez, os pretos e pardos avaliaram o governo negativamente;
pela primeira vez, as pessoas avaliaram o governo lula pior do que o de bolsonaro;
as pessoas estão sentindo o aumento dos preços das coisas;
foto - Jose Cruz/Agência Brasil
a desaprovação cresceu e vem subindo
hoje, 56% desaprovam o governo lula - eram 49% em janeiro desse ano. Antes, nos anos anteriores, desde o início da pesquisa, a desaprovação era sempre menor do que a aprovação. Agora ela é maior e vem subindo, mês a mês, desde maio do ano passado.
temos hoje a maior diferença entre a desaprovação e aprovação: 15%. Anteriormente, a maior diferença foi de 25%, mas com a aprovação batendo 60% e a desaprovação estando em 35%.
a situação está perigosíssima no nordeste
entre os nordestinos, 52% aprovam e 46% desaprovam - a menor diferença entre toda a série histórica. Este valor já chegou a ser 2x maior para a aprovação do que para a desaprovação - mas tudo começou a mudar de outubro para cá, com um crescimento vertiginoso a partir de então.
também tivemos crescimentos fortes da desaprovação em outras regiões. No Sudeste, por exemplo, a desaprovação subiu de 53% em janeiro para 60%. Já no Sul, ela cresceu de 59% para 64%
mudou o comportamento das mulheres
se antes elas aprovavam, agora elas desaprovam. Em janeiro desse ano, 49% aprovavam e 47% diziam o contrário. Agora, em março, tudo virou: 53% desaprovam e 43% aprovam. As mulheres foram um público importantíssimo para a vitória do presidente Lula em 2022 e sempre foram um bastião petista e lulista por todo o Brasil. Perder esse extrato social é extremamente perigoso para o desejo de reeleição do presidente.
entre os homens, aumentou, consideravelmente, a desaprovação: ela subiu de 50% em dezembro, para 52% em janeiro e agora disparou para 59%. Por outro lado, claro, a aprovação caiu de 45% em janeiro para 39% em março. Eles são mais próximos da direita e do bolsonarismo, mas não havia uma desaprovação discrepante e tão grande entre os homens - era algo que dava para contornar. Agora, com esse crescimento da desaprovação, as coisas se complicam ainda mais.
os jovens desaprovam muito!
quando analisamos a faixa etária, destaco o forte crescimento nas pessoas entre 16 e 34 anos. De fevereiro de 2024 até outubro daquele ano, você vai ver no gráfico que sempre houve uma alteração de humor: ora aprovava, ora desaprovava. Mas, a partir do final do ano passado, a desaprovação começou a crescer, mês após mês. De dezembro para agora, subiu de 50% para 64%, o maior crescimento entre todas as faixas etárias.
essa turma dos 16 aos 34 precisa (e merece) ser olhada com atenção. São os jovens recém formados que talvez não consigam empregos; estamos falando de homens e mulheres economicamente ativos que estão desempregados e/ou trabalham informalmente; são pessoas que viram os preços dispararem justamente em um momento que estão começando suas vidas adultas; estamos falando de profissionais autônomos que não veem chance no mercado de trabalho formal; são mães de crianças pequenas que sofrem com a saúde, educação e o transporte; são jovens mais ligados à direita bolsonarista, muito por causa das redes sociais e do ódio à esquerda. Ou seja: temos um caldo social que explica um pouco desse cenário.
a baixa escolaridade está p*t@ com o lula
quero começar falando sobre quem não tem instrução ou o fundamental incompleto. Nessa faixa, a aprovação vem despencando, consideravelmente, desde maio do ano passado. Naquela época, a aprovação entre esses brasileiros era de 64%. Agora, em março de 2025, está em 55%.
ainda quero falar sobre outra faixa de baixa escolaridade: fundamental completo e médio incompleto. Nessa turma, em janeiro, havia mais aprovação (49%) do que desaprovação (46%) - mas agora tudo mudou: a desaprovação subiu para 55% e a aprovação caiu para 42%.
ambas as faixas de escolaridade que citei anteriormente são a base da pirâmide social brasileira, mais pobre, com menor renda e menos escolarizada. são brasileiros que em sua maioria estão no nordeste e nos rincões do país, historicamente alinhadas aos governos petistas e, principalmente, ao presidente lula. São brasileiros que se beneficiaram de programas como o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, PROUNI, FIES, Luz para Todos e assim vai. Mas que, hoje, desaprovam, com força, o governo lula. E por quê? Essa é grande pergunta.
entre os brasileiros com ensino médio completo e o superior incompleto a desaprovação subiu de 50% em dezembro para 56% em janeiro, chegando em 64% agora em março. Essa faixa é a classe média brasileira, mais alinhada com o bolsonarismo por uma questão de valores. É a população que se ferra mensalmente para pagar suas contas, mas acha que é rica e se alinha com o PIB nacional. Essa turma está em bairros de classe média e/ou periféricos e não faz parte dos ricos, mas se comporta e pensa como tal, muito por uma questão ideológica de ódio à esquerda e de toda uma construção recente de preconceito e raiva contra o PT, o Lula e os movimentos progressistas do país, e as suas ideias.
os pobres e a classe média desaprovam, cada vez mais
entre os brasileiros que ganham até 2 SM, a desaprovação está em 45%, contra 52% de quem aprova. O problema aqui é o crescimento da desaprovação entre essa base mais pobre: ela estava em 26% em maio do ano passado, enquanto que a aprovação naquela época era de 69%. Agora a distância diminuiu drasticamente.
temos temos uma situação interessante na classe média, fatia que ganha entre 2 e 5 SM. Em dezembro do ano passado, 50% desaprovava e 48% aprovava - uma distância muito pequena e quase irrelevante. Agora, temos 61% de desaprovação e 36% de aprovação - e o gráfico mostra essa mudança radical e esse distanciamento entre as duas opiniões. Esse extrato social é importante porque ele é base do bolsonarismo, voto com viés ideológico, se beneficia dos programas e projetos do governo, mas critica a esquerda, o presidente lula e o PT.
católicos e evangélicos
quase 7 em cada 10 evangélicos desaprovam. Esse número já foi menor, chegando em 52% em maio do ano passado - mas, a partir dali, só veio crescendo. Mostra que ela turma até tentou gostar e se aproximar do governo, mas acabaram mudando de comportamento e ideia de passaram, efetivamente, para a desaprovação.
mas interessante aqui são os católicos, que sempre aprovaram mais do que desaprovaram, com uma distância até que considerável - o que mudou a partir de agora. Em março, tivemos um empate: 49% para cada opinião (aprovação e desaprovação). O cenário mudou tanto que a diferença chegou a ser de 23% a mais para a aprovação (60%) em relação a desaprovação (37%).
pela primeira vez, pretos e pardos desaprovam o governo
resultado bem complicado para o governo e bem significativo.
atualmente, 51% dos pretos desaprovam, enquanto que 46% aprovam. Como eu disse, é a primeira vez que há mais desaprovação do que aprovação. A aprovação, em outubro do ano passado, por exemplo, chegou a ser quase 2x mais do que a desaprovação.
essa lógica de inversão também acontece entre os pardos. Hoje, são 52% que desaprovam e 45% que aprovam. A gente chegou a ter 58% de aprovação entre os pardos no meio de 2024, 1,5x a mais do que a desaprovação.
a questão da desaprovação na raça pode estar ligada a questão da desaprovação de renda, região, escolaridade e religião - tudo está interligado. Essa mudança radical de comportamento também é bem arriscada para o governo petista que usa das pautas identitárias em sua estratégia de campanha e para conseguir mais votos - mas essa base histórica da esquerda não está gostando, nem um pouco, do governo.
tem caído a aprovação entre quem votou no Lula em 2022
outro dado bem preocupante para o governo. Segundo o registro da pesquisa, temos agora em março a menor fatia de aprovação entre quem votou no petista na última eleição presidencial: 72% - este número já foi de 88% em outubro do ano passado.
por outro lado, 26% desaprovam - quase 10% acima da pesquisa de janeiro desse ano.
vale ficarmos atentos também ao crescimento da desaprovação entre quem não votou/nulo/branco. Nessa turma, tudo começou a mudar no segundo semestre do ano passado, quando tínhamos um empate técnico entre aprovação (49%) e desaprovação (46%). De lá pra cá, disparou a desaprovação e hoje temos 62% desaprovando e 31% aprovando.
pela primeira vez, temos mais avaliação negativa do que positiva
como eu disse: hoje temos, pela primeira vez, mais brasileiros avaliando negativamente o governo lula do que positivamente.
41% avaliou negativamente.
29% avaliou como regular.
27% avaliou positivamente.
o gráfico abaixo mostra bem essa mudança de comportamento e opinião do brasileiro, que estava gostando do governo até meados de julho de 2024, quando atingiu 36% de aprovação - mas ele até tinha se sentindo melhor, anteriormente, quando chegou em 42% de aprovação em agosto de 2023.
tudo começou a mudar no meio do ano passado, com quedas, mês após mês, do sentimento positivo e, claro, subida da avaliação negativa. Para se ter uma ideia, a avaliação negativa subia 10% de dezembro para agora - é muito
pela primeira vez, as pessoas acham que o governo lula está pior do que o governo bolsonaro
outro problemásso para o governo federal.
até dezembro do ano passado, os brasileiros diziam que o governo bolsonaro era pior do que o governo lula - agora não mais. Hoje, 43% dizem que o governo do petista é pior e 39% dizem que é melhor.
ainda é uma diferença pequena, mas já houve essa mudança histórica.
sobre Lula, ainda temos dados interessantes para falarmos
53% disseram que este lula 3 está pior do que os outros governos do petista. Este número subiu 12% de dezembro para agora;
81% esperam que lula faça um governo diferente nos próximos dois anos;
pela primeira vez, há mais gente falando que lula não é bem intencionado (47%) do que bem intencionado (44%). Isso nunca tinha acontecido antes no histórico da pesquisa;
71% acreditam que lula não está conseguindo cumprir as suas promessas de campanha - e este valor é 11% maior do que o levantamento de dezembro.
é a economia!
de dezembro para agora, subiu 17% a quantidade de pessoas achando que a economia piorou nos últimos 12 meses - hoje, 56% têm essa visão. Somente 16% acreditam que melhorou - e esse número veio despencando de outubro para agora.
53% acreditam que está mais difícil de conseguir um emprego hoje do que há um ano, 8% acima da quantidade de tinham essa visão em dezembro.
81% disseram que o poder de compra de hoje é menor do que há um ano. Em dezembro do ano passado, por exemplo, 68% tinham essa visão - e em outubro de 2023, 33% achavam isso. Olha a mudança de percepção!
ainda tem mais gente achando que a economia vai melhorar do que piorar no próximo ano - mas essa quantidade caiu.
agora, 44% acham que vai melhorar, mas eram 51% em dezembro do ano passado.
por outro lado, 34% acreditam que vai piorar, 6% acima da quantidade do fim de 2024.
os preços são os grandes vilões!
88% disseram que subiram os preços dos alimentos do mercado no último mês.
70% falaram que subiu o preço dos combustíveis.
65% afirmaram que subiu o preço da conta de água e luz.